18º DO TEMPO COMUM

Meu Deus, vinde libertar-me, apressai-vos, Senhor, em socorrer-me. Vós sois o meu socorro e o meu libertador; Senhor, não tardeis mais (Sl 69,2.6).

A liturgia nos motiva a suplicar ao Senhor, nosso refúgio, o auxílio da sua sabedoria, para evitarmos os riscos de uma vida ilusória, pautada em falsas seguranças. Dispostos a rever nossas opções e ser mulheres e homens novos em Cristo, reunimo-nos para partilhar seu Corpo e Sangue, que nos garantem o acesso aos bens da vida em Deus

Felizes os humildes de espírito, / porque deles é o Reino dos céus (Mt 5,3). 

Evangelho: Lucas 12,13-21

Aleluia, aleluia, aleluia.

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas

Naquele tempo, 13alguém, do meio da multidão, disse a Jesus: “Mestre, dize ao meu irmão que reparta a herança comigo”. 14Jesus respondeu: “Homem, quem me encarregou de julgar ou de dividir vossos bens?” 15E disse-lhes: “Atenção! Tomai cuidado contra todo tipo de ganância, porque, mesmo que alguém tenha muitas coisas, a vida de um homem não consiste na abundância de bens”. 16E contou-lhes uma parábola: “A terra de um homem rico deu uma grande colheita. 17Ele pensava consigo mesmo: ‘O que vou fazer? Não tenho onde guardar minha colheita’. 18Então resolveu: ‘Já sei o que fazer! Vou derrubar meus celeiros e construir maiores; neles vou guardar todo o meu trigo, junto com os meus bens. 19Então poderei dizer a mim mesmo: Meu caro, tu tens uma boa reserva para muitos anos. Descansa, come, bebe, aproveita!’ 20Mas Deus lhe disse: ‘Louco! Ainda nesta noite, pedirão de volta a tua vida. E para quem ficará o que tu acumulaste?’ 21Assim acontece com quem ajunta tesouros para si mesmo, mas não é rico diante de Deus”. – Palavra da salvação.

Reflexão:

Rumo a Jerusalém e rodeado de grande multidão, Jesus é procurado por alguém que lhe pede ajuda numa questão de herança com o irmão. O Mestre responde que não veio para resolver questões de heranças de famílias. Ele não deseja ser juiz conciliador, mas companheiro que quer ajudar a entender e apontar os motivos que levam ao empobrecimento e aos conflitos entre as pessoas. A parábola a seguir contesta a concentração da riqueza e mostra que isso é loucura ou insensatez diante de Deus. Por trás da concentração, da não partilha, estão a ganância do acúmulo e a perda do sentido da vida. Cuidado com todo tipo de ganância, pois a vida não é garantida por causa dela, diz Jesus. Esse homem é “louco, insensato”, pretende tornar-se absoluto, pensando ter garantido a vida por muitos anos, mas a vida é dom de Deus, e ele não se deixa comprar por riqueza alguma. Enquanto pensa encher os próprios celeiros, o rico acaba esvaziando seu coração. A pessoa egoísta torna-se prisioneira da própria ganância, desumaniza-se e se esvazia de toda dignidade. Quando a riqueza não é dividida, ela acaba dividindo as pessoas, provocando conflitos: tornando as pessoas “mais importantes” ou “menos importantes”. “Ilusão das ilusões, tudo é ilusão”

(Ecl 12,8).(Dia a dia com o Evangelho 2022)

Fonte: https://www.paulus.com.br/portal/liturgia-diaria/#.YuXdEnbMLIU